terça-feira, 24 de maio de 2011

Rubem Tobelem Z”L – ראובן טובאלם ז"ל



Quando a Silvia Azulay me ligou para me avisar que seu pai, nosso querido Rubem Tobelem havia falecido naquela noite, só um pensamento me veio a mente: com quem iria conversar sobre a comunidade judaica de Belém do passado? Quem iria me contar sobre como era a comunidade há cerca de 80 anos atrás?
Pode parecer egoísmo de minha parte, mas acreditem não é não.
Vocês não podem imaginar o prazer que eu tinha de conversar com o seu Rubem, ouvir suas histórias pessoais, escutar sobre as pessoas e as personalidades judaicas da Amazônia, principalmente de Belém, sua cidade natal. Rubem Tobelem era capaz de me fazer voltar no tempo, quase 100 anos atrás num picar de olhos, conseguia descrever pessoas com detalhes, contar episódios inusitados com sentimentos, nos envolvia com seu carisma e doçura, uma verdadeira viagem no tempo.
E eu, que não dispenso nada disso,era só deleite.
E sua fé, seu judaísmo? Inabaláveis. Ouvir o seu Rubem falando de Torá, era como desfrutar de um aprendizado repleto de amor e uma fé inacreditáveis. Era perceber que a Torá está em nossas mãos e não é preciso sacrifícios para fazer o que nela está escrito, ao contrário. Para Rubem, cumprir os mandamentos, era só prazer.
Eretz Israel, a sua paixão por essa Terra Sagrada, acreditem, não cabe nela mesma. É infinita! Que prazer ouvir suas palavras sempre positivas, mensagens de muita esperança, principalmente sobre o conflito palestino-israelense, ele sempre se expressava com muita esperança numa Paz verdadeira, num país sem conflitos, com fronteiras seguras. Para ele um sonho, mas quase uma realidade tamanha sua esperança.
Não foi à toa, que há cerca de um ano prestamos uma homenagem a ele e a querida Miryam, num evento em comemoração aos duzentos anos da imigração judaica para a Amazônia, uma justa homenagem para quem foi um exemplo de vida em prol do judaísmo da Amazônia, tanto em Belém onde nasceu e cresceu, quanto depois quando de se transferiu para o Rio de Janeiro, ele muito fez pela comunidade da Sinagoga Shel Guemilut Hassadim de Botafogo, a sinagoga dos judeus amazônidas, e finalmente, quando fizeram aliah na década de oitenta, continuaram, Rubem e Miryam ajudando aos olim chadashim amazônidas aqui em Israel.
“Filho de peixe peixinho é”. Conhecem esta expressão não é mesmo. Pois é, essa dedicação pelo trabalho comunitário vem de outras gerações. O Sr. Isaac Tobelem Z”L, pai de Rubem, foi também um enorme benfeitor que muito fez pela comunidade de Belém. Homem de enorme modéstia, dedicou muitos anos de sua vida como empreiteiro, à construção do “tesouro no coração da Amazônia”  - a Sinagoga Shaar Hashamaim.
Poderia continuar escrevendo muito mais sobre este ser humano maravilhoso Rubem Tobelem, mas é chegado o momento de nos despedirmos.
Querido Rubem, estamos confortados, até mesmo poderia dizer, aceitamos sua partida, sua passagem para o mundo vindouro, para junto do Criador.
Estamos confortados porque enquanto estivestes entre nós, só colhemos bondade, boas obras e muito amor. Deixastes entre nós, uma família maravilhosa, tua esposa, nossa querida Miryam, tuas filhas lindas com suas famílias, e também muitos amigos, muitos mesmo.
Portanto querido Rubem, não serás esquecido jamais. Teu exemplo será sempre lembrado, por yua fé no judaísmo, tua esperança por um Estado de Israel em Paz, stu amor pela família, tu carisma pelos amigos.
Eu em particular, como modo de expressar minha amizade e gratidão, o lembrarei por seu amor ao judaísmo da Amazônia, fostes para mim uma fonte  de inspiração e sempre o lembrarei como: TOBELEM – TOV BELEM – RUBEM O BOM PARA BELÉM!
Que o Eterno te receba na mansão dos Justos e possas repousar na Paz Eterna!
Amén!

David Salgado
Jerusalém – 24 de maio / 20 de Iyar / 35 da Contagem do Omer 5771

domingo, 22 de maio de 2011

Lag Ba´omer



O trigésimo terceiro dia (na aritmética, Guimátria, do uso das letras: 33= Lag - לג) da contagem do Omer, que cái no dia 18 do mês de Iyar, é dia de festa, segundo a tradição de Israel, no qual são cessados os costumes de luto que se conduzem nos dias da contagem. Neste dia, armam-se os pálios para as cerimônias matrimoniais e cortam-se os cabelos. As crianças costumam neste dia, sair em direção aos bosques do Kéren Kaiémet Leisrael (FundoNacional Judaico) e brincar de jogos que usam de arco e flecha.
A comemoração de Lag Ba’omer é costumeira desde a época dos Gaonim (título conferido aos chefes das Academias na Babilônia); mas a sua fonte original é bastante incerta. Segundo a tradição (Tratado Yevamot, página 62, folha B), foi estancada, neste dia, a epidemia que acometera os discípulos do Rabi Akiva, e que fizera perecer milhares de vítimas (a mesma epidemia que devido a ela, é costumeiro enlutar-se nos dias de “contagem do Omer”). Na época da revolta contra os romanos, sob a liderança de Shimon Bar-Cochba (132-135 de nossa era).
E segundo a tradição, neste dia faleceu o Rabi Shimon Bar-Iochai, o autor do livro “Zohar”, e por conseguinte, costuma-se, neste dia realizar uma comemoração de júbilo em seu túmulo, no monte Meiron, ao lado da cidade de Tzfat (Safed).
O Ari (Rabi Itzchak Ben Shlomo Luria), um dos grandes cabalistas na terra de Israel (1534-1572) e seus discípulos, cabalistas de Tzfat, costumavam viitar os túmulos de Shimon Bar-Iochai e de seu filho, Eliezer, no dia de Lag Ba’omer, no monte Meiron, e as lendas contam que neste dia, foi habilitado o Rabi Shimon Bar-Iochai por intermédio de seu mestre, Rabi Iehuda Ben Gueira, como também foi o dia de núpcias do Rabi Shimon Bar-Iochai. Com o correr dos tempos, Desenvolveu-se a “comemoração (exaltação jubilosa) do Rabi Shimon Bar-Iochai” em torno de seu túmulo, e hoje em dia, organiza-se no monte Meiron, na noite de Lag Ba’omer, grandes festanças. Ela é caracterizada por uma procissão, que se origina em Tzfat, com tochas acesas e com o acender de fogueiras, danças, e o primeiro corte de cabelo de crianças com a idade de três anos, ao lado de seu túmulo (cerimônia de Chalaká).
Judeus religiosos que chegam a Meiron no dia de Lag Ba’omer estudam o Livro do “Zohar”, entoam canções religiosas, acendem velas em memória, e também visitam os túmulos vários de Rabis e Sábios que se encontram naquelas proximidades.
A semana em que se comemora Lag Ba’omer, o Exército de Defesa de Israel (Tzahal), dedica uma semana para a Gadná (Batalhões da Juventude, serviço pré-militar), cuja bandeira é o arco e flecha.
Muitas hipóteses foram levantadas, com respeito ao significado da data de Lag Ba’omer. Segundo uma delas, foi vencido o exército de Bar Cochbá, numa série de derrotas, até aquele dia, e então no trigésimo terceiro dia da contagem do Omer, obtiveram as suas forças uma grande vitória. Isto fez com que a moral do povo se elevasse em tal medida, que este dia foi promulgado com festa para todas as gerações vindouras.
Uma outra hipótese, que também faz a ligação entre Lag Ba’omer e um evento de caráter militar, mas de época anterior, relata Iosef Ben Matitiahu (Flavius Josephus) em seu livro “As guerras dos Judeus”, quando ele narra a erupção da primeira revolta contra os romanos, no ano 66 de nossa era. Um grupo de fanáticos, que intentava revoltar-se contra o poder opressivo do império romano, e resolveram empunhar as armas no dia 18 de Iyar. Com o objetivo de não despertar suspeitas por parte dos romanos, codificaram a data da programada revolta sob a senha de “Lag Ba’omer”.
No raiar do dia de Lag Ba’omer, foram acesas tochas nos altos dos montes, ao longo de todo o país, e assim foi dado o sinal a todos os rebeldes a respeito do início da revolta. E segundo este relato, conserva-se a tradição de acender tochas e fogueiras na noite de Lag Ba’omer.
Por conseguinte, sendo esta ou aquela razão, recebeu este dia um significado na história nacional judaica. Mesmo depois de serem derrotados, conservaram os judeus a comemoração de Lag Ba’omer, com o intuito de lembrar às futuras gerações a sua luta desesperada pela liberdade. Mas as novas circunstâncias políticas não permitiram comemorar publicamente. Como conseqüência, foi registrado Lag Ba’omer clandestinamente, no decorrer de muitos anos, e que no decorrer dos tempos, pelo visto, sua verdadeira origem foi esquecida.
Chag Sameach !

domingo, 8 de maio de 2011

Yom Haatzmaut- mensagem do presidente de Israel


“Ao comemorarmos os 63 anos do Estado de Israel, podemos recordar o histórico milagre do nascimento de uma nação. E podemos enaltecer um de nossos maiores líderes, David Ben-Gurion, por declarar o estabelecimento de um Estado Judeu - uma pátria – em um dia memorável em maio de 1948. Logo depois fomos atacados – sem defesa, em menor número, desarmados. Dos escombros da Guerra da Independência surgiu um dos melhores e mais éticos exércitos do mundo. O deserto se transformou em um modelo moderno de agricultura, admirado por todos. O desenvolvimento de Israel nos campos de tecnologia de ponta, ciência e medicina, nos colocou na vanguarda dos avanços nestas áreas em todo o mundo. No dia da proclamação do Estado de Israel foi afirmado que esta nação recém-fundada seria baseada na liberdade, justiça e paz como imaginado pelos profetas de Israel. Respeitamos o código de valores morais judaicos, que fazem parte da nossa identidade. Nós ainda estamos enfrentando as forças do mal, especialmente as que emanam do Irã.
Este chamado, feito por um regime que é uma ameaça para todo o mundo, deve ter uma resposta inflexível da mobilizada comunidade internacional. Estamos determinados, juntamente com os nossos aliados ao redor do mundo, a combater o antissemitismo e a deslegitimação. O Estado de Israel está preparado para fazer a sua parte, mesmo a um custo doloroso, para alcançar a paz com nossos vizinhos. Estamos esperançosos de que os ventos da mudança que sopram em nossa região anunciem novas oportunidades de paz, segurança e prosperidade para todos. Partilhamos a esperança de que Gilad Shalit seja reunido com sua família imediatamente. Os laços que ligam o Estado judeu às comunidades judaicas de todo o mundo são vitais para nós. Vocês são os grandes parceiros do nosso sucesso. Olhando para trás, temos muito do que nos orgulhar. Vislumbrando o futuro, ainda temos muito a realizar. Juntos, podemos conquistar muito. Juntos, podemos vencer. E juntos vamos celebrar muitos dias como este que ainda estão por vir”.