domingo, 22 de maio de 2011

Lag Ba´omer



O trigésimo terceiro dia (na aritmética, Guimátria, do uso das letras: 33= Lag - לג) da contagem do Omer, que cái no dia 18 do mês de Iyar, é dia de festa, segundo a tradição de Israel, no qual são cessados os costumes de luto que se conduzem nos dias da contagem. Neste dia, armam-se os pálios para as cerimônias matrimoniais e cortam-se os cabelos. As crianças costumam neste dia, sair em direção aos bosques do Kéren Kaiémet Leisrael (FundoNacional Judaico) e brincar de jogos que usam de arco e flecha.
A comemoração de Lag Ba’omer é costumeira desde a época dos Gaonim (título conferido aos chefes das Academias na Babilônia); mas a sua fonte original é bastante incerta. Segundo a tradição (Tratado Yevamot, página 62, folha B), foi estancada, neste dia, a epidemia que acometera os discípulos do Rabi Akiva, e que fizera perecer milhares de vítimas (a mesma epidemia que devido a ela, é costumeiro enlutar-se nos dias de “contagem do Omer”). Na época da revolta contra os romanos, sob a liderança de Shimon Bar-Cochba (132-135 de nossa era).
E segundo a tradição, neste dia faleceu o Rabi Shimon Bar-Iochai, o autor do livro “Zohar”, e por conseguinte, costuma-se, neste dia realizar uma comemoração de júbilo em seu túmulo, no monte Meiron, ao lado da cidade de Tzfat (Safed).
O Ari (Rabi Itzchak Ben Shlomo Luria), um dos grandes cabalistas na terra de Israel (1534-1572) e seus discípulos, cabalistas de Tzfat, costumavam viitar os túmulos de Shimon Bar-Iochai e de seu filho, Eliezer, no dia de Lag Ba’omer, no monte Meiron, e as lendas contam que neste dia, foi habilitado o Rabi Shimon Bar-Iochai por intermédio de seu mestre, Rabi Iehuda Ben Gueira, como também foi o dia de núpcias do Rabi Shimon Bar-Iochai. Com o correr dos tempos, Desenvolveu-se a “comemoração (exaltação jubilosa) do Rabi Shimon Bar-Iochai” em torno de seu túmulo, e hoje em dia, organiza-se no monte Meiron, na noite de Lag Ba’omer, grandes festanças. Ela é caracterizada por uma procissão, que se origina em Tzfat, com tochas acesas e com o acender de fogueiras, danças, e o primeiro corte de cabelo de crianças com a idade de três anos, ao lado de seu túmulo (cerimônia de Chalaká).
Judeus religiosos que chegam a Meiron no dia de Lag Ba’omer estudam o Livro do “Zohar”, entoam canções religiosas, acendem velas em memória, e também visitam os túmulos vários de Rabis e Sábios que se encontram naquelas proximidades.
A semana em que se comemora Lag Ba’omer, o Exército de Defesa de Israel (Tzahal), dedica uma semana para a Gadná (Batalhões da Juventude, serviço pré-militar), cuja bandeira é o arco e flecha.
Muitas hipóteses foram levantadas, com respeito ao significado da data de Lag Ba’omer. Segundo uma delas, foi vencido o exército de Bar Cochbá, numa série de derrotas, até aquele dia, e então no trigésimo terceiro dia da contagem do Omer, obtiveram as suas forças uma grande vitória. Isto fez com que a moral do povo se elevasse em tal medida, que este dia foi promulgado com festa para todas as gerações vindouras.
Uma outra hipótese, que também faz a ligação entre Lag Ba’omer e um evento de caráter militar, mas de época anterior, relata Iosef Ben Matitiahu (Flavius Josephus) em seu livro “As guerras dos Judeus”, quando ele narra a erupção da primeira revolta contra os romanos, no ano 66 de nossa era. Um grupo de fanáticos, que intentava revoltar-se contra o poder opressivo do império romano, e resolveram empunhar as armas no dia 18 de Iyar. Com o objetivo de não despertar suspeitas por parte dos romanos, codificaram a data da programada revolta sob a senha de “Lag Ba’omer”.
No raiar do dia de Lag Ba’omer, foram acesas tochas nos altos dos montes, ao longo de todo o país, e assim foi dado o sinal a todos os rebeldes a respeito do início da revolta. E segundo este relato, conserva-se a tradição de acender tochas e fogueiras na noite de Lag Ba’omer.
Por conseguinte, sendo esta ou aquela razão, recebeu este dia um significado na história nacional judaica. Mesmo depois de serem derrotados, conservaram os judeus a comemoração de Lag Ba’omer, com o intuito de lembrar às futuras gerações a sua luta desesperada pela liberdade. Mas as novas circunstâncias políticas não permitiram comemorar publicamente. Como conseqüência, foi registrado Lag Ba’omer clandestinamente, no decorrer de muitos anos, e que no decorrer dos tempos, pelo visto, sua verdadeira origem foi esquecida.
Chag Sameach !

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