domingo, 4 de abril de 2010

Monografia sobre os Judeus no Amazonas será defendida dia 8/05

O Portal Amazônia Judaica entrevistou a acadêmica do curso de Serviço Social do Centro Universitário Nilton Lins (Manaus- AM), Dina Paula Santos, que está escrevendo uma Monografia para conclusão do curso cujo tema trata da imigração judaica para o Amazonas.



AJ – Dina por Dina - Faça um breve histórico seu, familiar, pessoal, profissional, acadêmico e etc.

Dina - Sou de São Luis/MA, mudei-me para Manaus em 1997 com meu pai, sou casada com Cláudio Nogueira, farmacêutico e funcionário do Hemoam, ainda não tenho filhos. Trabalhei muitos anos no comércio mas atualmente tenho me dedicado somente aos estudos. Meu objetivo profissional e acadêmico é de desenvolver a carreira de pesquisadora aliado, é claro, ao exercício da profissão de Assistente Social.

AJ – Como conheceu o Portal Amazônia Judaica e o Projeto 200 Anos da Presença Judaica na Amazônia?

Dina - Sempre procurava na internet artigos, monografias e outros que pudessem contribuir com a construção do referencial teórico para a monografia, em um destes acessos achei o site, fiquei empolgada quando li que: 2010 é o ano da comemoração dos 200 anos da imigração judaica para a Amazônia e que haverá uma viagem para Marrocos/Espanha/Israel a fim de resgatar o caminho dos primeiros imigrantes!

AJ – Por que escolheu como tema de sua Monografia os Judeus de Manaus?

Dina - Bem, a princípio meu interesse era escrever sobre a questão da imigração nordestina para a Amazônia mas, em 2008 meu esposo, Cláudio, me deu de presente o livro do prof. Samuel Benchimol, Eretz Amazônia que lemos juntos e ficamos surpresos com a trajetória destes pioneiros.

Como já conhecíamos alguns autores que tratavam da trajetória dos judeus portugueses e sua chegada ao Brasil, percebemos que havia um déficit histórico para com a comundade judaica como um todo. A partir daí percebi que este déficit era ainda maior no Amazonas pois quase não há menção na literatura amazonense acerca da história deste grupo específico: Os judeus marroquinos, sua peculiaridade e contribuição para o desenvolvimento da Amazônia. A partir daí nasceu o interesse pelo tema e consequentemente uma nova proposta para a construção da monografia.

AJ – Fale um pouco da trajetoria de sua pesquisa. Encontrou dificuldades? Alguém a ajudou. Como o tema foi recebido por seus professores?

Dina - Com tão pouca construção acerca deste tema eu tive muita dificuldade em levantar a bibliografia, ajudada por meu esposo comprei diversas literaturas, acessei alguns artigos na internet mas esta fase foi realmente de pesquisa!

Como meu Curso é Serviço Social, na época, a escolha do tema causou uma certa estranheza mas minha professora de Pesquisa Érika Almeida incentivou-me a continuar neste tema por considerá-lo inovador, mesmo ela não conhecendo muito acerca do mesmo. As colegas de sala ainda hoje perguntam o porque da escolha de um tema tão diferente.

A primeira pessoa a me ajudar foi a Anne Benchimol que atenciosamente disponibilizou algumas literaturas a fim de que eu desse início ao trabalho. Entrei em contato também com a Amelia Bemerguy que enviou por e-mail algumas de suas produções sobre o tema. E posteriormente, entrei em contato com o site Amazônia Judaica e o Elias Salgado desde o primeiro contato muito me tem ajudado, disponibilizando literaturas, esclarecendo dúvidas e se mostrando disponível para eventuais consultas.

AJ – Como foi o "encontro" com seu objetivo de pesquisa – a comunidade judaica de Manaus?

Dina - O primeiro contato que tive com a comunidade judaica de Manaus foi por meio do Comitê Israelita do Amazonas, fiz algumas visitas ao escritório e fui recebida atenciosamente por Anne Benchimol, Isaac Dahan e D. Clara Azulay.

Por meio de Isaac Dahan, pude fazer uma visita à Sinagoga de Manaus e assistir ao Serviço do Shabat (Sábado de manhã). Queria ver o rolo centenário da Torá mas ele não é mais utilizado a fim de evitar que se danifique. Mas valeu a pena, a celebração é linda, as leituras em hebraico são muito bonitas o que demonstra o interesse em preservar a tradição.

Gostaria de ter tido a oportunidade de conversar um pouco com as pessoas mas aparentemente elas demonstraram certa desconfiança (?) com a presença de alguém de fora da comunidade.

AJ – Como anda sua pesquisa e a escrita da Monografia?

Dina - Estou na fase da pesquisa de campo/entrevistas, está difícil conseguir contatos para as entrevistas mas estou tendo sucesso. Para tanto conto com a colaboração de minha atual orientadora, a Profª Thalita Neves, que tem me orientado acerca da construção metodológica da monografia com muita dedicação!

A defesa da Monografia já está marcada, será dia 8 de maio de 2010 provavelmente no horário da manhã, vocês estão convidados!


AJ – Quais conclusões importantes considera ter alcançado com seu estudo?

Dina - Conclui que, apesar de pequena, a comunidade judaica de Manaus é extremamente relevante pois contribui desde sua chegada até os dias de hoje com o desenvolvimento do Amazonas em diversos níveis: Empresarial, político, acadêmico, saúde e a quinta geração tem se destacado no ramo de serviços, entre outros.

AJ – Pretende seguir no caminho da pesquisa nesta temática ou outras afins, ou já se considera profissionalmente satisfeita com seus resultados até aqui?

Dina - Um pesquisador nunca se sente satisfeito... meu objetivo é concorrer ao mestrado, quero seguir aprofundando esta mesma temática talvez com um novo enfoque. Já estou juntando novas literaturas e organizando as idéias.

AJ – Algo mais que gostaria de acrescentar?

Dina - Agradeço aqui a atenção dispensada à minha pesquisa, gostaria de salientar que o trabalho que o Portal Amazônia Judaica vem desenvolvendo é de suma importância, pois resulta em um resgate da história judaica na Amazônia, história esta que precisa ser mais divulgada e pesquisada e que não deve ficar somente nas recordações dos mais velhos pois assim correria o risco de ir sendo esquecida. Cito aqui uma frase que li e considero muito importante:

“Para continuarmos existindo temos que rever nossa história já que não existe futuro sem conhecermos o passado”. David Salgado, 2008.

2 comentários:

  1. Dina,
    Obrigada or suas gentis palavras. Nós no Comitê Israelita do Amazonas temos o maior prazer em ajudar pessoas como você, curiosas por conhecimento. Aguardamos sua visita.
    Anne Benchimol

    ResponderExcluir
  2. Puxa, bacana essas informações. Estou também buscando, me informar a origem da minha família, somos de origem portuguesa, da região da galia, meu avô se chamava germano Augusto Macias e morou em Cametá. Como posso saber se sou de oriegem judaica? A quem devo procurar?
    macias.rmt@hotmail.com

    ResponderExcluir