domingo, 4 de abril de 2010

Mimona, a Noite da Fé

Por: David Salgado

Apesar de sempre ter participado dos festejos de Mimona na minha cidade natal (Manaus-Amazonas no Brasil) e depois em Belém, aonde passei a viver antes de fazer Aliah com a minha família, admito que Mimona para mim sempre foi uma incógnita. Dentre todas as comemorações do nosso calendário, era Mimona a que menos informação e compreensão de seu verdadeiro motivo pude adquirir, já que poucos sabiam explicar seus “porquês”. Assim, cresci sem saber maiores detalhes sobre esta noite tão especial.

É por isso que...

Primeiro o que mais me deixava intrigado era de onde veio o nome desta festa:

Existem muitas explicações para esse fim, a mais comum é a que diz que Mimona vem do nome de Rabi Moshe ben Mimon que era o pai de Rambam e que havia falecido exatamente neste dia, no dia de Mimona.
Outra explicação diz que o nome Mimona vem da palavra árabe “mimon” que significa “sorte ou sucesso”, porque acreditam que nesta noite os portões dos céus estão abertos e que Deus recebe toda Oração e todo Pedido, é um dia de muita sorte. É também por esse motivo que na noite de Mimona comemos e decoramos a mesa com coisas que lembram a bênção e que trazem sorte e abundância como o mel, o leite, o trigo, os ramalhetes verdes (espigas de trigo), peixes e coisas doces. O cumprimento mais comum nesta noite é o desejo de “Sucesso e Boa Sorte”.

Uma terceira explicação para esta festa vem do hebraico com a palavra Emuná (Fé) que tem sua raiz bem próxima a palavra Mimona. A primeira Gueulá (Salvação) do povo aconteceu no Egito no mês de Nissan assim também a última Gueulá virá em Nissan. Por isso temos que ter fé que o Messias virá em Nissan e como já estamos no sétimo dia de Pessach, mais da metade do mês já passou e ainda não veio a Salvação, festejamos Mimona para aumentar a nossa fé na Gueulá do Povo de Israel.

Também gostaria de saber porque dessa comemoração no último dia de Pessach? Qual a ligação de Pessach com Mimona?

Apesar de ha séculos Mimona ser comemorada em quase todas as comunidades Sefaraditas, sua origem está nas comunidades judaicas do Norte da África no século 18 e tinha um primeiro nome de Noite da Fé (Leil Emuná).

A saída do Egito é comemorada no dia 15 de Nissan, quando o Faraó após a última praga, a dos primogênitos, liberta os judeus. Não demorou muito e ele se arrepende e começa a perseguir o Povo Judeu. Quando os egípcios chegaram às margens do Mar Vermelho, já era o sétimo e último dia de Pessach. Logo, quando viram Bnei Israel, que os egípcios estavam bem atrás de si e o mar bem a sua frente, pensaram que a saída do Egito tinha sido em vão e que eles retornariam para lá como escravos ou morreriam ali. Mas quando vira o grande milagre, o Mar Vermelho se abrindo eles passarem ao seco e os inimigos se afogarem no Mar, só então acreditaram em Deus e em Moshe seu servo. Um momento de muita fé.

Portanto se prestarmos atenção nos costumes de Mimona veremos que muitos deles têm ligação com o milagre da travessia do Mar Vermelho.

a) Festeja-se Mimona logo após o último dia de Pessach exatamente no dia da Travessia do Mar Vermelho.

b) Costuma-se ir a praia na manhã seguinte a noite de Mimona já que o milagre ocorreu no Mar.

c) Costuma-se colocar um peixe inteiro na mesa de Mimona em lembrança da travessia do Mar que se abriu para a passagem do Povo Judeu.

A tradição de manter a porta aberta em Mimona é porque nesta noite costuma-se visitar e também ser visitado pelos amigos, parentes e todos queiram vir sem necessariamente terem sido convidados. Fazer visita e também esperar que venham a sua casa é para degustar os diferentes sabores das delícias da mesa de Mimona, existiria um motivo melhor do que esse?

Existe uma explicação histórica que diz que como na noite do Seder nossos antepassados no Egito tiveram que fechar suas portas depois de marcá-las para que o anjo da morte não os visitassem, assim em Mimona, após o Pessach, abrimos nossas portas para que a Gueulá possa entrar.

A mesa para Mimona tem um singular preparo e objetivo. Indiferentemente de sua origem, os costumem são aproximadamente esses:

Coloca-se uma toalha branca e decora-se com ramalhetes verdes toda a mesa. Esse costume de decorar a mesa com ramos que geralmente são espigas de trigo é para lembrar o “Korban Haomer”, no segundo dia de Pessach, a oferenda do Ômer (da nova colheita de cevada) era trazida ao Templo Sagrado, em Jerusalém. Alguns costumam acender velas sobre a mesa. Um prato grande e fundo com uma massa especialmente preparada de trigo com óleo e água, essa mesma massa posteriormente serviria para fazer os novos pães. Moedas de prata e ouro são enfiadas dentro da massa na esperança de ver seus pedidos se multiplicarem como a massa que fermenta, alguns costumam colocar seus anéis de casamento e desejar que venha o filho tão esperado em breve e com saúde. Leite, mel, manteiga, frutas secas e doces diversos. O peixe é tradicional na mesa de Mimona, lembra fartura e tem sua ligação com a travessia do Mar Vermelho, alguns costumam colocar peixe vivo dentro de uma bacia com água. E Mimona não é Mimona sem as tradicionais mufletas, pequenas rodelas de massa assadas e banhadas em mel e manteiga.

Para quem pergunta, assim como eu, como é possível fazer todos esses quitutes em tão pouco tempo, entre uma hora após a saída da Páscoa e a chegada dos visitantes, já que em Pessach é proibido ter chametz em casa e muita dessas delícias levam trigo?

Primeiramente, devemos acabar de uma vez por todas com a idéia de que depois do meio-dia já se pode deixar entrar trigo em casa, isso é totalmente errado, estaríamos cometendo o pecado de ter chametz em casa tendo consciência disso em pleno Pessach. No Marrocos, o que acontecia, é que os árabes já conhecendo nossas festas, preparavam as espigas de trigo, o próprio trigo, a manteiga e levavam para vender aos judeus nos “melahs” ao findar o Chag. Com o material em mãos, as donas de casas com impressionante habilidade corriam para preparar seus quitutes. Hoje em dia os judeus na Diáspora não tem muito esse problema pois podem adquirir dos goim sem muita complicação, mas se quiserem, podem fazer como algumas donas de casa fazem em Israel: aqui aonde deveria ser um pouco mais complicado já que não temos o goi, o problema foi solucionado com o preparo de todas as massas necessárias antes de Pessach e vendendo-a ao goi através da “venda do chametz”, logo, uma hora após a saída do Chag, esse material é retirado do lugar que foi fechado antes da Páscoa e pode ser usado para Mimona.

Em Israel os judeus do Norte da África depois que fizeram sua imigração nos anos 50 e 60 continuaram comemorando a Mimona em família. No ano de 1966 aconteceu a primeira tentativa de fazer Mimona de maneira mais ampla e popular. Com os anos, os festejos da saída de Pessach se espalharam por todo o país. Hoje em dia Mimona é comemorada em cerca de sessenta cidades e principalmente na capital em Jerusalém com a presença do Primeiro Ministro, do Presidente e de outros inúmeros políticos. Na verdade este caráter político acabou por tornar a festa de Mimona bem menos original e fez com que perdesse o seu brilho mágico incomum.

De qualquer maneira, seja qual for o seu costume, a sua maneira de fazer e comemorar sua Mimona, não podemos jamais deixar acabar essa festa tão especial e tradicional que outrora pertenceu aos judeus norte-africanos, mas que hoje em dia, é comemorada em todo o Estado de Israel por todos os israelenses, sefaradim e ashkenazim assim como em inúmeras comunidades na Diáspora.

Sucesso e Boa Sorte!

As muitas histórias do major Eliezer Levy

Fonte: extraído da obra Judeus no Brasil – Estudos e Notas de Nachman Falbel

Uma das pessoas que mais se destacaram no judaísmo paraense como homem voltado às questões sociais e comunitárias relativas à imigração israelita no norte do país foi o major Eliezer Levy.

Nascido em 29 de novembro de 1877, Eliezer Levy descendia de uma tradicional família sefaradita, que por parte da mãe incluia a dinastia rabínica dos Dabela (D'avila) entre eles o Rabi Eliezer Dabela, cognominado a Luz do Ocidente (Ner ha-Maarabí). Viveram em Casablanca e em Rabat, Marrocos, antes de emigrarem para Belém do Pará, em 1870.

Eliezer Levy fez seus primeiros estudos em Gurupá, onde seu pai Moisés Isaac Levy, atuava no comércio. Em 21 de março de 1900, casou-se em Cametá, com Esther Levy Benoliel, filha de David e Belizia Benoliel, de família ilustre do Marrocos. Ainda muito jovem, estabeleceu-se no comércio participando como titular da firma E. Levy & Cia. – Comissões e Consignações e, a partir de 1910, fez parte da diretoria da Maju Ruber Company, presidida pelo Comodoro Benedit. Gerenciou ainda a firma italiana de navegação C. B. Merlin.

Eliezer Levy ingressou na Guarda Nacional e chegou ao posto de coronel, ainda que fosse sempre conhecido como major Levy. Advogado, foi ativo na política local, sendo prefeito três vezes: do município de Macapá, Afuá (no Pará) e novamente de Macapá.

Entre 1918 e 1926, Eliezer Levy atuou como advogado no escritório de Francisco Jucá Filho, Procurador Geral da República e Álvaro Adolfo de Silveira, deputado estadual e chefe do Partido Conservador. Ainda que ele mesmo pertencesse ao Partido Republicano Federal desde a sua fundação. Apesar das divergências políticas, sua amizade com os colegas de trabalho teria futuramente importância decisiva na posição brasileira durante a votação na ONU para a criação do Estado de Israel. Foi ainda membro da Maçonaria, onde alcançou o grau 33 e foi elevado a Grande Benemérito da sua Ordem.

Segundo a sua filha, a escritora Sultuna Levy Rosenblatt, o jornal sionista que Levy fundou em 1918, o "Kol Israel" (A Voz de Israel), assim como os serviços de dagtilografia das instituições da comunidade judaica, eram realizados sempre naquele movimentado escritório de advocacia, colocando, portanto, os problemas do nacionalismo judaico e do movimento sionista na pauta das discussões daqueles advogados.



Oswaldo Aranha

Todos os partidos políticos foram extintos em 1937, mas pouco tempo depois foi fundado o Partido Social Democrático, chefiado no Pará por Magalhães Barata. Eliezer Levy ingressou no novo partido e passou a ter uma posição de destaque, tornando-se grande amigo daquele líder, conseguindo ao mesmo tempo trazer seu velho companheiro, o advogado Álvaro Adolfo da Silveira, ao mesmo partido. Este último seria eleito mais tarde senador da República pelo PSD. Álvaro Adolfo foi designado para fazer parte da comitiva que acompanharia Oswaldo Aranha à ONU, como seu assessor político.

Sultana Rosenblatt relata que na hora da votação para o reconhecimento do Estado de Israel, Álvaro Adolfo sentiu que conhecia minuciosamente o assunto, sem se lembrar bem como e por que. Após uma retrospectiva, passou por sua lembrança o escritório da rua 13 de Maio, onde Eliezer Levy trabalhava e onde se discutiam assuntos sobre a criação de Israel. Álvaro Adolfo era coordenador da votação e conseguiu descobrir três países que votariam contra: pediu a Oswaldo Arannha que suspendesse a sessão, e após vários dias de trabalho na conquista dos adversários, conseguiu dobrá-los. Continuada a votação, o resultado foi: "mais dois votos favoráveis e um em branco", o que levaria a criar a maioria necessária para a formação de um Estado Judeu.

A narrativa dele é confirmada em um aparte na Câmara dos Deputados do Rio de Janeiro, em 15 de maio de 1973, feito pelo Dr. João Menezes, sobrinho e filho de criação de Álvaro Adolfo da Silveira e seu sucessor no escritório de advocacia e no Partido Social Democrático. João Menezes em seu aparte no discurso do deputado Rubem Medina, disse que "o Pará tem ligação com a criação do Estado de Israel. Revelo o fato neste instante, ao plenário da Câmara, para que faça parte do esplêndido discurso de V. Exa. O Sr. Álvaro Adolfo da Silveira, ex-senador pelo Estado do Pará, foi o homem que, em companhia de Oswaldo Aranha, e designado por ele, coordenou a votação da criação do Estado de Israel. Há um fato interessante em tudo isso. Quando voltava das Nações Unidas, Oswaldo Aranha, em trânsito em Belém do Pará, recebeu homenagem das mais carinhosas da colônia israelita, que lhe ofereceu uma corbeille de flores em reconhecimento do trabalho que havia feito. No discurso de agradecimento declarou aos israelitas do Pará que cometiam um grave erro: 'aquela homenagem deveria ser tributada ao senador Álvaro Adolfo da Silveira, o homem que havia coordenado tudo na ONU para a criação do Estado de Israel'. Este é o aparte que desejava dar, com as minhas homenagens àquele grande povo".



"Salve Palestina Livre"

Em 1°. de dezembro de 1918 celebrava-se em Belém do Pará o grande acontecimento, e entre outras solenidades organizava-se na capital paraense um cortejo de carros alegóricos, levava o nome "Palestina" que o "Kol Israel" descrevia estar decorado com "uma bela ornamentação de festões de flores, levando ao centro, em suntuosa cadeira, uma senhorita ricamente trajada como uma hebréia da antiga Jerusalém. Sobre sua cabeça repousava uma coroa de louros e de seus braços pendiam algemas partidas, simbolizando a Palestina livre. À destra empunhava uma riquíssima bandeira de seda, com as cores azul-celeste e b ranco, e ao centro o escudo de David. Atrás do carro levando o estandarte, grande número de sócios do Comitê "Ahavat Sion" e da "Associação Beneficente israelita". Na histórica foto que assinala o evento, encontram-se o major Eliezer Levy, Abraham Ribinik, veterano ativista comunitário, e Haila (Alita), sua filha mais velha. A faixa que se encontra na frente do carro trazia a frase "Salve Palestina Livre".

O "Kol Israel" se definia como "jornal independente de propaganda sionista", "órgão do Comitê Ahavat Sion" (Amor a Sião) e foi outra das iniciativas de Eliezer Levy. Seu primeiro número saiu em 8 de dezembro de 1918, extamente uma semana depois do cortejo de carros alegóricos.

Monografia sobre os Judeus no Amazonas será defendida dia 8/05

O Portal Amazônia Judaica entrevistou a acadêmica do curso de Serviço Social do Centro Universitário Nilton Lins (Manaus- AM), Dina Paula Santos, que está escrevendo uma Monografia para conclusão do curso cujo tema trata da imigração judaica para o Amazonas.



AJ – Dina por Dina - Faça um breve histórico seu, familiar, pessoal, profissional, acadêmico e etc.

Dina - Sou de São Luis/MA, mudei-me para Manaus em 1997 com meu pai, sou casada com Cláudio Nogueira, farmacêutico e funcionário do Hemoam, ainda não tenho filhos. Trabalhei muitos anos no comércio mas atualmente tenho me dedicado somente aos estudos. Meu objetivo profissional e acadêmico é de desenvolver a carreira de pesquisadora aliado, é claro, ao exercício da profissão de Assistente Social.

AJ – Como conheceu o Portal Amazônia Judaica e o Projeto 200 Anos da Presença Judaica na Amazônia?

Dina - Sempre procurava na internet artigos, monografias e outros que pudessem contribuir com a construção do referencial teórico para a monografia, em um destes acessos achei o site, fiquei empolgada quando li que: 2010 é o ano da comemoração dos 200 anos da imigração judaica para a Amazônia e que haverá uma viagem para Marrocos/Espanha/Israel a fim de resgatar o caminho dos primeiros imigrantes!

AJ – Por que escolheu como tema de sua Monografia os Judeus de Manaus?

Dina - Bem, a princípio meu interesse era escrever sobre a questão da imigração nordestina para a Amazônia mas, em 2008 meu esposo, Cláudio, me deu de presente o livro do prof. Samuel Benchimol, Eretz Amazônia que lemos juntos e ficamos surpresos com a trajetória destes pioneiros.

Como já conhecíamos alguns autores que tratavam da trajetória dos judeus portugueses e sua chegada ao Brasil, percebemos que havia um déficit histórico para com a comundade judaica como um todo. A partir daí percebi que este déficit era ainda maior no Amazonas pois quase não há menção na literatura amazonense acerca da história deste grupo específico: Os judeus marroquinos, sua peculiaridade e contribuição para o desenvolvimento da Amazônia. A partir daí nasceu o interesse pelo tema e consequentemente uma nova proposta para a construção da monografia.

AJ – Fale um pouco da trajetoria de sua pesquisa. Encontrou dificuldades? Alguém a ajudou. Como o tema foi recebido por seus professores?

Dina - Com tão pouca construção acerca deste tema eu tive muita dificuldade em levantar a bibliografia, ajudada por meu esposo comprei diversas literaturas, acessei alguns artigos na internet mas esta fase foi realmente de pesquisa!

Como meu Curso é Serviço Social, na época, a escolha do tema causou uma certa estranheza mas minha professora de Pesquisa Érika Almeida incentivou-me a continuar neste tema por considerá-lo inovador, mesmo ela não conhecendo muito acerca do mesmo. As colegas de sala ainda hoje perguntam o porque da escolha de um tema tão diferente.

A primeira pessoa a me ajudar foi a Anne Benchimol que atenciosamente disponibilizou algumas literaturas a fim de que eu desse início ao trabalho. Entrei em contato também com a Amelia Bemerguy que enviou por e-mail algumas de suas produções sobre o tema. E posteriormente, entrei em contato com o site Amazônia Judaica e o Elias Salgado desde o primeiro contato muito me tem ajudado, disponibilizando literaturas, esclarecendo dúvidas e se mostrando disponível para eventuais consultas.

AJ – Como foi o "encontro" com seu objetivo de pesquisa – a comunidade judaica de Manaus?

Dina - O primeiro contato que tive com a comunidade judaica de Manaus foi por meio do Comitê Israelita do Amazonas, fiz algumas visitas ao escritório e fui recebida atenciosamente por Anne Benchimol, Isaac Dahan e D. Clara Azulay.

Por meio de Isaac Dahan, pude fazer uma visita à Sinagoga de Manaus e assistir ao Serviço do Shabat (Sábado de manhã). Queria ver o rolo centenário da Torá mas ele não é mais utilizado a fim de evitar que se danifique. Mas valeu a pena, a celebração é linda, as leituras em hebraico são muito bonitas o que demonstra o interesse em preservar a tradição.

Gostaria de ter tido a oportunidade de conversar um pouco com as pessoas mas aparentemente elas demonstraram certa desconfiança (?) com a presença de alguém de fora da comunidade.

AJ – Como anda sua pesquisa e a escrita da Monografia?

Dina - Estou na fase da pesquisa de campo/entrevistas, está difícil conseguir contatos para as entrevistas mas estou tendo sucesso. Para tanto conto com a colaboração de minha atual orientadora, a Profª Thalita Neves, que tem me orientado acerca da construção metodológica da monografia com muita dedicação!

A defesa da Monografia já está marcada, será dia 8 de maio de 2010 provavelmente no horário da manhã, vocês estão convidados!


AJ – Quais conclusões importantes considera ter alcançado com seu estudo?

Dina - Conclui que, apesar de pequena, a comunidade judaica de Manaus é extremamente relevante pois contribui desde sua chegada até os dias de hoje com o desenvolvimento do Amazonas em diversos níveis: Empresarial, político, acadêmico, saúde e a quinta geração tem se destacado no ramo de serviços, entre outros.

AJ – Pretende seguir no caminho da pesquisa nesta temática ou outras afins, ou já se considera profissionalmente satisfeita com seus resultados até aqui?

Dina - Um pesquisador nunca se sente satisfeito... meu objetivo é concorrer ao mestrado, quero seguir aprofundando esta mesma temática talvez com um novo enfoque. Já estou juntando novas literaturas e organizando as idéias.

AJ – Algo mais que gostaria de acrescentar?

Dina - Agradeço aqui a atenção dispensada à minha pesquisa, gostaria de salientar que o trabalho que o Portal Amazônia Judaica vem desenvolvendo é de suma importância, pois resulta em um resgate da história judaica na Amazônia, história esta que precisa ser mais divulgada e pesquisada e que não deve ficar somente nas recordações dos mais velhos pois assim correria o risco de ir sendo esquecida. Cito aqui uma frase que li e considero muito importante:

“Para continuarmos existindo temos que rever nossa história já que não existe futuro sem conhecermos o passado”. David Salgado, 2008.