quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Há alegria na Torá - Chag Sameach

Mais um ano se renova diante de nós. Um novo ciclo se inicia e com ele nos é permitido voltar ao começo ( Bereshit), quando tudo que aí está foi criado. E ao sermos parte deste ciclo renovado, nossa tradição nos lembra que também somos parte do milagre da criação.
Pois que sejamos merecedores de tal dádiva, sabendo respeitar e preservar o mundo que o Eterno nos concedeu, para segundo nossos sábios, fazer reinar nele a Luz da Torá, nela se inspirando e com ela se alegrando.

Chag Sameach a todos.

Livro contando uma história sobre a imigração judaica para a Amazônia será lançado em Belém.

"Cabelos de Fogo" tem seu lançamento previsto para o mês de outubro em Belém do Pará.
"Quando Ionathan começou a pesquisar a vida de sua bisavó, não tinha idéia da gravidade dos fatos que iria desvendar"
Em Cabelos de Fogo, uma história baseada em fatos reais ocorridos por volta de 1906, o autor, Marcos Serruya, deixa sua marca peculiar de escritor, já conhecida por seus leitores de "O Cabalista", contribuindo para o alargamento da visão de mundo de seu público. Num livro de 132 páginas, capa de Moisés Unger e prefaciado pela escritora e poetisa Ivaíza Rodrigues, é resgatada uma das mais obscuras facetas da história da imigração judaica para o Brasil, contada a partir da perspectiva da personagem central.
A obra é parte das comemorações dos 200 anos da presença judaica na Amazônia.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Milagres?!?! Só na Terra Santa

Por: David Salgado

Buscando explicações para determinados fatos e acontecimentos ocorridos em Israel, cheguei a uma surpreendente conclusão: continuam acontecendo milagres em Eretz Israel.

Para melhor explicar como cheguei a essa conclusão, li um comentário do Rabino Eliahu Birnbaum em seu livro de Parashat Hashavuá “Mas Alla del Versiculo”, no qual em uma das perashiot (Beshalach) ele elucida sobre milagres e nos explicar o que são. Assim escreve o Rabino Birnbaum:

“Desde os tempos remotos, as histórias sobre os milagres despertam grande interesse. Em nossa parashá ocorrem dois dos milagres mais interessantes e conhecidos: a separação das águas do Mar Vermelho e a provisão do “maná” (comida que D-us fez chover diariamente ao povo de Israel durante os quarenta anos que permaneceram no deserto).

O primeiro milagre, o da abertura do Mar Vermelho, foi um milagre momentâneo e único; D-us converteu o mar em terra seca para que o povo Judeu pudesse atravessá-lo e salvar-se da ameaça egípcia.

O segundo milagre, a provisão do “maná”, foi um milagre contínuo. Este milagre permaneceu durante os quarenta anos ao longo da travessia pelo deserto. O “maná” alimentou os milhões de judeus que perambularam pelo deserto, que não tinham a possibilidade de procurar o seu próprio sustento.

Pelo fato de estarem no deserto, os filhos de Israel deveriam sobreviver sobre a base dos milagres. Lutaram e venceram nas guerras do deserto graças a milagres, e se alimentaram diariamente através de milagres. Desde o momento em que pisaram em Eretz Israel, o povo de Israel já não se mantinha através dos milagres, começando sua vida normal, que em inúmeras vezes se viu também, caracterizada pela ocorrência de milagres.

Cada estilo literário e cada filosofia religiosa que se refere à existência de milagres deve oferecer-nos sua própria versão do que constitui um milagre. Existem os que ampliam a conotação deste termo para englobar numerosas expressões, enquanto outros a restringem a poucas possibilidades. No famoso conto de fadas “Alice no País das Maravilhas”, por exemplo, os milagres constituem normas, e segundo nos diz o relator: ’Alice estava tão acostumada com os milagres, que apenas os acontecimentos naturais da vida a surpreendiam...’”

Ops! Será que o israelense está vivendo no país das maravilhas? Será, que também pensamos do mesmo modo que Alice e o extraordinário é o comum e o comum é o extraordinário?

De um modo ou de outro, após a lista que vou lhes mostrar a seguir, tenho certeza que vão tirar suas próprias conclusões, eu já tirei a minha.

Lista dos últimos “milagres” que ocorrem diariamente ou ocorreram em Israel

1 – “Jesus” aparece no Muro das Lamentações (e acreditem ou não, acompanhado de ninguém menos do que MADONA!!!)

2 - Um cavalo consegue saltar por cima de um obstáculo com quase 100% de perfeição. Bem agora vamos aos detalhes: não era nenhum turfe muito menos um Grande Prêmio Brasil, era uma rotineira cavalgada; o cavalo estava sem o jóquei e o obstáculo a ser suplantado, não era uma tora qualquer a média altura, mas sim, um carro em alta velocidade vindo em sua direção. O adubado animal consegue saltar por cima do automóvel causando apenas um grande susto a motorista (e ao próprio cavalo com certeza) que viu seu para brisa se estilhaçar sem lhe causar nenhum arranhão ou maiores danos. Um susto ou um milagre?!

3 – O presidente do Centro de Cultura Brasil e Israel, o Advogado, Dr. Marcos Wasserman escreveu em uma de suas matérias para o jornal Tribuna Judaica, que Israel é o único lugar do mundo onde a velocidade do som é maior que a velocidade da luz, esse milagre (contínuo é claro) acontece diariamente a milhares de israelenses. Basta estar parado num cruzamento esperando o sinal abrir, tendo atrás do seu carro um israelense bem comum, tranquilo, ele não precisa estar nervoso, chateado, irritado, atrasado, nada disso, aí você vai perceber que um som bem familiar (buzina) vai lhe alcançar os ouvidos milésimos de segundos antes que a luz do semáforo mude para verde!!! Agora não queiram imaginar o que acontece quando o motorista estiver chateado!!!)

4 - Aconteceu semana passada, o Primeiro Ministro de Israel, desapareceu! Um milagre! Bibi desapareceu?!?! Ninguém sabia dizer onde ele estava, alguns diziam em alguém lugar secreto ao redor de Dimona, outros diziam que ele estava brincando de pira se esconde (brincadeirinha!!!), mas afinal onde estava o Primeiro Ministro? Quem diria, Bibi estava na Russia e agora cabeças vão rolar só porque alguém foi delatar onde Bibi estava escondido... será possível que ninguém pode brincar de pira se esconder nesse país?

5 - Depois de Madona semana passada foi a vez de Júlio Iglesias visitar Israel, esteve aqui no país fazendo dois Shows, por si só um milagre! Mas ficou mais marcante esse milagre quando o próprio declarou: “eu sou judeu da cintura para cima”?!?! Dá para entender o que ele quis dizer?… Julio garantiu ao público presente que sua mãe era judia!?! Ou seria marrana?

6 – E finalmente e falando sério, o milagre é o nosso Nassi (Presidente) Shimon Peres. Recentemente se sentiu mal e desmaiou durante uma palestra. Graças a D-us foi apenas uma mal estar e em seguida se despertou e já queria seguir com sua agenda. Agenda esta, aliás, classificada por sua própria porta-voz como “agenda assassina”, referindo-se ao excessivo número de compromissos que o Nassi tem diariamente, ela acrescenta ainda: “Shimon Peres levanta todos os dias as 5:00h e só para de trabalhar depois das 22:00h, mesmo para pessoas de media idade seria uma agenda excessiva, o que dizer para um homem de 86 anos”, explicou Ayelet Frish porta-voz da presidência. Mas, preventivamente, Peres foi levado ao Hospital depois que seu médico particular e genro assim o aconselhou. Com 86 anos, Shimon Peres, pode-se dizer, é o último dos grandes líderes israelenses da geração que lutou pela libertação do Estado de Israel, ele é um dos ícones da história do país e do judaísmo moderno. É um milagre diário para o povo judeu ver Shimon Peres com tanta força, perseverança, e acima de tudo, vê-lo de demonstrar tamanho amor pelo seu povo e pelo seu trabalho.

Que o Eterno o preserve por muitos e muitos anos, até os 120 pelo menos (idade de Moshe Rabenu), “e que nosotros lo miremos” (expressão no dialeto, raquitia).

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Judeus na Amazônia: 200 anos de muitas Histórias Pitorescas

MARTINS BRUZUGÚ E O FIM DO MUNDO 
Da Série Histórias da "Vidinha" e de Bôca do Acre, a Macondo dos Elmaleh/Salgado 
Por Elias Salgado


Não é raro se ouvir que o povo judeu é um dos mais intrigantes e singulares povos da História. As razões são diversas: a sua longevidade, as características ímpares de sua configuração cultural, religiosa, nacional e geográfica; as adversidades que lhes foram impostas.

Concordo. Com alguns dados históricos e narrando um dos inúmeros causos vividos por minha família, os Elmaleh/Salgado, farei um breve e parcial relato da saga dos judeus marroquinos da Amazônia.

Minha família chegou à Amazônia no que a historiografia registra como a primeira onda imigratória de judeus para aquela região, iniciada em torno do ano de 1810. Foram cerca de mil famílias, em sua quase totalidade, oriundas do Marrocos, de lá escapando da fome, da miséria, das epidemias e das perseguições sofridas nos melahs , bairros judeus nos quais estavam confinadas.

Além disso, alguns fatores de atração foram decisivos para a escolha do momento e do destino de tal imigração: a abertura dos portos às nações amigas (1808), os tratados de comércio e navegação e de aliança e amizade entre Portugal e Inglaterra (1810) e a consequente liberalização dos cultos não católicos.

Muito contribuíram, também, a criação de escolas da Aliança Israelita Universal no Marrocos, que gabaritava jovens judeus adolescentes com cursos profissionalizantes e uma visão de modernidade, e o início do Ciclo da Borracha, o que os motivou a partir em busca de fortuna e um destino mais promissor.

Passados 200 anos, o legado deixado por aqueles pioneiros é vasto: uma comunidade em Belém com cerca de 400 famílias, em Manaus com cerca de 250, Rondônia e Macapá e outras localidades do interior somando mais algumas dezenas. Para o sudeste (Rio e São Paulo) migraram outras dezenas, e em Israel já são mais de 300 descendentes. Há também o caso peculiar dos chamados “hebraicos da Amazônia”, na verdade descendentes de relacionamentos interétnicos daqueles imigrantes, que  alguns pesquisadores dizem totalizar  mais de  50 mil pessoas, havendo  quem afirme que podem chegar a mais de 250 mil!

Se são mil famílias, certamente serão dezenas de milhares de histórias, causos e experiências no seu encontro com o Outro. Minha mãe consegue lembrar-se com riqueza de detalhes de fatos ocorridos em sua mocidade, há mais de 60 anos. Ela é uma verdadeira mina de ouro para a minha escrita, e eu me transformei em seu ghostwriter. Boca do Acre, onde nasci, é minha Macondo, e espero conseguir eternizá-la com um mínimo do requinte literário  do maravilhoso García Marquez. Ousadia? Mas li em algum lugar que é preciso pensar grande... Da série que eu denomino “As histórias da Vidinha”, selecionei a que segue.


Vista aérea de Bôca do Acre
 Martins era uma daquelas figuras incomuns da fauna de personagens que habitavam a pequena Boca do Acre. Funcionário público, trabalhava como tratorista. Mas o que o tornava uma figura singular não era o seu trabalho, e sim o seu incurável temor por almas, espíritos e coisas ditas sobrenaturais; e outras até naturais, como a morte. Quando alguém morria na cidade, podia até ser muito querido ou da família, Martins Bruzugú jamais ia a velórios ou enterros. Acometido de enorme temor, desaparecia mata adentro rumo aos seringais e ali permanecia, por vários dias, completamente isolado, até  que o morto estivesse bem morto e enterrado muitos e muitos palmos abaixo da terra; e sua alma bem distante de Boca do Acre e deste mundo.

Quando o caboclo Martins Bruzugú e sua mulher, a franzina Tereza, se mudaram para Rio Branco, Boca do Acre  ficou tristemente saudosa. Porém, mamãe e papai, que sempre que podiam ou necessitavam subiam o rio Acre no Estrela rumo a Rio Branco, tinham a sorte de poder rever nessas oportunidades, o velho amigo Martins e se hospedar em sua nova casa.

Numa dessas inúmeras viagens, a estadia não seria  como as outras...  Eram os idos de 1960, e corria solta, ao menos naquela parte do planeta, a notícia  de que o mundo em breve iria acabar...  Primeiro haveria uma escuridão total e em seguida o fim de tudo.

Ansiosos por chegar a Rio Branco, papai e mamãe faziam  planos de como aproveitar seu tempo livre na cidade, os belos passeios e as boas compras que fariam, e como seria agradável e divertido rever o velho amigo Martins Bruguzu.

E assim, dois dias rio acima, finalmente o Estrela atracou no cais de Rio Branco. Papai e mamãe seguiram direto para a casa de seus amigos.  Tereza, no jardim, recebeu-os  com seu doce sorriso:
- Oi gente! Que bom que vocês chegaram. Vamos entrando. Fizeram boa viagem?

- Maravilhosa! Mas é sempre bom chegar, não é? E vocês, como têm passado?

- Bem, “Vidinha”

- Cadê o velho Bruzugú aquele caboclo danado?

- Ele tá fora, Seu David. Foi à cidade fazer umas compras. Mas logo, logo ele vai chegar. E o doce sorriso de boas vindas deu lugar a uma expressão de tensão.  Mamãe, que  conhecia aquela expressão de longa data, perguntou:

- Está acontecendo alguma coisa, Tereza?  Eu conheço essa tua cara.

- Pois é... É essa história maluca de fim do mundo. O Martins tem me deixado alucinada com isso... Venham, vou lhes mostrar uma coisa.

E os levou à dispensa,  nos fundos da casa. Quando abriu a porta, papai e mamãe puderam ver dezenas, quiçá centenas de caixas de velas.

- Puxa! O caboclo Martins tá comerciando com velas agora?

- Nada disso, Seu David, antes fosse. Ele está é arruinando com nossas economias, comprando caixas e mais caixas de velas todo santo dia e entupindo a dispensa com elas.

- Mas para quê tanta vela, Tereza? Se não é para revender, então o Martins pirou de vez!

- Pois é, Vidinha, dessa vez o meu velho passou das contas e virou motivo de gozação pra toda a gente da cidade.

- Tereza, oh! Tereza, cadê você, muié? Vem cá me ajudar.

Era Martins Bruzugú a gritar no portão. Foram  os três ao seu encontro.

- Oi gente! Vocês já chegaram? Que bom. E continuou a descarregar a Rural Willys, que estava com a carroceria abarrotada de caixas de velas.

- Ei, caboclo! Deixa eu te ajudar com isso.

- Não precisa não, David, vocês devem estar cansados da viagem. Deixa que a Tereza me ajuda com isso. Ela já está acostumada...

Meia hora depois, Martins  veio ao encontro de meus pais no jardim:

- E aquele motorzão, o Estrela, se comportou bem como sempre, David? Olha,  Vidinha, a Tereza deixou um quarto bem arrumadinho pra vocês e agora tá lá na cozinha  acabando  de preparar o nosso almoço . Comprei um baita tracajá pra comemorar a chegada de vocês. Enquanto isso,  vou colocando a conversa em dia aqui com meu velho amigo David , o rei de Boca do Acre. E riu desbragadamente, como costumava fazer quando estava alegre.

- E aí, David? Você continua cada vez mais rico, não é?

- Vocês é que pensam. Eu mesmo não sei onde está todo esse dinheiro que todo mundo diz que eu tenho. Só sei que trabalho muito e tenho muitas despesas. As coisas não são tão fáceis como se pensa.

Era meu pai e seu velho discurso sobre como a vida é dura e que o dinheiro não cai do céu...

- Deixa disso, David! Você sempre escondendo o jogo, como um bom judeu... E a política? Você tá pensando em sair candidato a prefeito de novo?

- Não sei, não, Martins. Ainda estou avaliando se vale a pena, mas acho que não. Depois de toda aquela despesa de campanha da última eleição e toda aquela guerra política que foi... Não que eu tenha medo daqueles bandidos dos irmãos Correia, que aquele desgraçado do Adelino  mandou  pra me matar. Isso não! Que eu sou muito homem e sei bem me defender! É que é muita despesa e dor de cabeça. Vou seguir tocando meus negócios. Eles já me dão trabalho suficiente. Mas me conta de você, pois eu tô vendo que,  pra variar, você tá querendo me enrolar. Que loucura é essa de comprar tanta vela, Martins?

- Ah, David! Estão dizendo que o mundo vai acabar em pouco tempo; e que primeiro vai haver uma grande escuridão e pronto! O fim de tudo! Como eu não quero morrer no escuro, resolvi me prevenir comprando velas... Só falta  mandar benzer. Amanhã vou passar lá na igreja de novo e trazer o danado do padre nem que seja à força, que Deus e Nossa Senhora me perdoem por falar assim. E dizendo isso começou a se benzer.

- Deixa disso, homem, para de ser cagão! Você não vê que isso é história pra boi dormir; coisa de quem não tem o que fazer na vida...

- Eu sei que é verdade. Muita gente tá falando nisso. Gente séria, que sabe das coisas. Vem cá, deixa eu te mostrar  outra coisa que  vou fazer pra me prevenir.

Martins levou papai até o interior da casa e falou com riqueza de detalhes acerca da passarela de cimento que  faria para acender sobre ela as velas, de forma que  não viessem a queimar o piso e a casa, que eram de madeira.

- A passarela vai começar no meu quarto, passar pela sala até o portão. Assim estarei seguro.

O cozido de tracajá estava farto e saboroso. Naquela noite, o jantar foi um leve lanche com quitutes locais: bolo de aipim, tapioca, suco de cupuaçu e frutas da região: pupunha, tucumã, manga, graviola.

Na manhã seguinte, quando papai e mamãe acordaram,  Martins já havia saído na Rural. Voltou cerca de duas horas depois com o carro carregado de mais caixas de vela e agora também de sacos de cimento para construir a  “passarela da salvação”, como ele mesmo cognominou o seu projeto de engenharia.

Mas as crônicas da época registram que o pobre Martins não conseguiu terminar sua grande obra. No terceiro dia de estadia de meus pais em sua casa, os seus maiores temores tornaram-se realidade: ao fim da tarde, o céu azul de Rio Branco foi se tornando soturno e em minutos uma escuridão abismal tomou conta da cidade. O caboclo Martins Bruzugú,  apossado pelo desespero, começou seu ritual de acendimento das velas. E de forma alucinada pôs-se de joelhos a rezar e a implorar pela sua salvação:

- Valei-me, minha Nossa Senhora da Misericórdia, é o fim do mundo mesmo! Salvai-me, ó Senhor!

Meu pai, sempre crente em seu Deus e descrente de todas aquelas histórias e temores  sobre o  fim do mundo, tentava em vão acalmar o amigo:

- Deixa disso, rapaz. Tereza, não tem nada aí na cozinha pra ele se acalmar?

Mas quem disse que ele se acalmava. Seguia acendendo velas e mais velas e a clamar aos céus por sua redenção.

- Mas Tereza, será que esse caboclo não vê que isso tudo é prenúncio de... Papai não conseguiu completar a frase. Um temporal  típico da floresta tropical desabou sobre eles. Momentos depois, assim como começou, a chuva parou – abruptamente – e um esplendoroso sol clareou o céu naquele fim de tarde.

- É, Martins, ainda não foi desta vez -  ironizou meu pai.

- Mas foi por pouco...


"Eretz Amazônia", a Peça de Teatro, entra em Cartaz em Manaus

O professor e pesquisador Samuel Benchimol (1924-2002) foi um dos maiores conhecedores da região amazônica, sobre a qual escreveu diversas obras. Uma delas, ‘Eretz Amazônia’, conta a história do povo judeu na região, desde a chegada dos primeiros imigrantes, há 200 anos. O título faz referência ao nome bíblico ‘Eretz Israel’(Terra de Israel).

Em comemoração à data, ‘Eretz Amazônia’ foi adaptada ao teatro pelo escritor e dramaturgo Márcio Souza  (autor de ‘Galvez, Imperador do Acre’ e ‘Mad Maria’, entre outros livros), ele mesmo descendente de judeus do Marrocos, principal origem dos imigrantes. A peça é formada por sete esquetes, que mostram diferentes épocas da imigração judaica para a Amazônia, iniciando pelo Marrocos, passando pelo interior dos Estados do Pará e Amazonas e chegando até Manaus. A trilha sonora é baseada nas tradições judaico-marroquinas, e os diálogos incluem expressões em hakietia, o dialeto usado pelos imigrantes. ‘Eretz Amazônia’ está sendo encenada aos sábados, às 20 horas, desde 4 de setembro no Teatro Oficina do SESC, em Manaus.

( Matéria publicada no Nosso Jornal Rio em 14/09/2010)


Membros da kehilá de Manaus na estréia da peça
Encenação do ato final

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

AVISO IMPORTANTE AOS NOSSOS LEITORES

Prezados chaverim,
gostaríamos de informar-lhes que , infelizmente, hackers muçulmanos invadiram nosso site, o PORTAL AMAZÔNIA JUDAICA - http://www.aj.com/ .
Não estranhem, desafortunadamente, isto aconteceu e vem acontecendo com vários sites judaicos no mundo todo. Porém já contatamos nosso programador e o provedores para que tomem as devidas providências, visando solucionar o problema.
Nenhuma ação deste gênero nos fará parar. Não é a primeira vez que nosso povo sofre injustiças e agressões como estas - nossa história é repleta delas...
Continuaremos firmes no nosso propósito de resgatar, preservar e manter vivo o judaísmo singular da Amazônia.
Contamos com seu apoio e compreensão.

David e Elias Salgado - Portal Amazônia Judaica

SHANÁ TOVÁ - FELIZ 5771